Clichê

Já perdi a conta das noites
que eu to indo dormir de manhã

Se eu tivesse um cigarro
essa era a hora de usar
Porque não existe nada mais clichê
que fumar 5:50 da manhã

E não existe nada mais clichê
do que sentir saudade
e nostalgia
e nó

Hoje em especial eu tava inquieta
te desbloqueei no facebook
até falei de você pra um amigo
Porque eu sou clichê

Ele me mostrou o que eu não queria ver
e eu repensei todas as minhas decisões
dessa semana
Porque eu sou clichê

E eu fiquei feliz por vocês
mas não muito
Porque eu sou cllichê

Aí eu entendi
que era saudade
mas não era saudade de você

Era saudade de sentir.

infectada pt2

eu tava infectada
e meu vírus chamava Pedro

achei que era vírus
mas era só resfriado
só mais uma vez
que o meu achômetro tava errado

hoje ja aprendi
que preciso procurar
a vacina ou o soro
antes do vírus se espalhar

dessa vez é tarde,
ja pegou o corpo todo:
do cabelo
a ponta do dedo torto

na próxima eu fico
um pouco mais esperta
pra trocar o ar
deixo a janela aberta
foco no curar
e não na doença

primeiro procuro dentro
depois procuro fora
preciso cuidar de mim
e preciso cuidar agora

hoje durmo sozinha
mais uma noite
sala, quarto, cozinha,
eu e o note

queria dizer que ainda tem seu cheiro aqui
mas ja botei o lençol pra lavar
tirar todos seus resquícios
pra, finalmente, conseguir respirar

infectada pt1

eu to infectada
e meu vírus chama pedro

sussurros sem saber
suor no colchão
janela entreaberta
pra entrar um ar
preciso respirar

3 anos é muito tempo
21 é muito mais
só precisou 5 minutos
e alguns olhares num bar

quando eu percebi
eu já tava na sua mão
antes de estar na sua boca
e eu queria sua boca
em mim

meu pescoço te chamava
meu corpo te gritava
em silêncio

rir sozinha
nunca foi tão gostoso
lembrar
antes de esquecer

meu ombro
até meu tornozelo
se contorcem

só de pensar
só de lembrar
das suas costas
no meu travesseiro

do seu ombro
no meu chuveiro
da sua lingua
no meu cabelo
do seu olhar
e do seu cheiro

nunca foi tão fácil me entregar
e me dei de presente pra você
cada centímetro do meu corpo
te quer
até doer

Roxos artisticos na minha pele

Deixou marcas de amor carnal
naquele sábado a noite
Roxos artísticos na minha pele
uma pegada forte

Dormimos numa sala cheia
mas dormimos a sós
Não tinha mais ninguém
embaixo dos lençóis

Seus olhos eram meus
naquelas poucas horas
Meus risos eram seus
e ainda são agora

Acordamos e era dia
Acordei
mas sozinha

Você já tava
lá na piscina
Me olhou,
uma piscadinha

Era nosso segredo
uma noite maravilhosa
a dois,
com companhia desastrosa

O chateado,
Ou o amigo
tava do nosso lado
Perigo

Foi bom o reencontro
matei mais do que saudades
Menos três anos pra te ver de novo
fazer no colchão, maldades

Vê se me liga,
me escreve
Enquanto observo
roxos artísticos na minha pele